Carolina Dieckmann, 34 anos, tem muitas mocinhas em seu currículo, mas a
atual, a sofrida Jéssica de Salve Jorge, novela das nove da Globo/TV
Bahia, é a mais complicada. “Eu adoro fazer as mocinhas e Jéssica é a
mais complexa que já fiz. Ela sonha com uma vida melhor e se vê num
pesadelo. É o tipo de papel que não se recusa, adiei minhas férias por
isso”, conta a atriz carioca.
A repercussão da personagem, uma
das moças traficadas para o exterior, tem chamado atenção dos
telespectadores. O sucesso é tanto que Jéssica, prevista para permanecer
na trama por apenas 20 capítulos, não tem mais data para deixar a
história. Para muitos críticos especializados, até aqui, o núcleo é o
mais palpitante da novela de Gloria Perez.
A autora, no entanto,
fez questão de desmentir boatos que apontavam Carolina como opção para
protagonizar a novela no lugar de Nanda Costa. “Jéssica vai morrer no
tempo previsto, ok? E o triângulo central é Morena (Nanda Costa), Théo
(Rodrigo Lombardi) e Érica (Flávia Alessandra), postou no Twitter.
Cena
Forte Sobre a preparação para a cena mais forte, na qual Jéssica é
estuprada por Russo (Adriano Garib), Carolina declara: “Fiz a minha cena
mais difícil na vida. Quando acabou eu não parava de chorar. Fiquei uns
20 minutos chorando sozinha. É tudo muito forte, chocante. Nem quando
fiz a Camila (de Laços de Família), fiquei tão mal”.
A atriz
revela ainda como é o seu processo para entrar em cena: “Eu começo a
gravar concentrada e a emoção é uma mágica que acontece na hora. Você
vai focada para vir na hora certa, ou você fica desgastando a emoção. No
momento de gravar, você solta para vir”. Ela faz questão de esclarecer
que não usou dublê na sequência. “A cena em si foi muito focada na
emoção, naquilo que a Jéssica estava passando. Então, não teve dublê. O
que foi ao ar não exigia um outro profissional, era uma cena de ator”,
afirma.
O fato é que o sofrimento de Jéssica ainda está longe de
acabar. Nos próximos capítulos, a moça perderá uma de suas amigas.
Rosângela (Paloma Bernardi) vai perceber que o melhor é seguir as regras
dos capangas. E mais do que isso, vai passar para o lado dos
traficantes e agarrar a nova profissão com gosto.
E Carolina
está mesmo em alta. A atriz caprichou na lingerie e no decote para o
ensaio da revista Alfa deste mês, que a elegeu como a mulher do ano. À
publicação, Carolina falou sobre o vazamento de suas fotos íntimas na
internet: “O que fizeram com minhas fotos não é parte do jogo ou
exposição de celebridade. Foi algo criminoso”.
Trajetória
Seis
meses após o vazamento, a atriz diz que está satisfeita com o resultado
das investigações. “É uma coisa que a gente não espera, né? Foi muito
solitária a decisão de abrir e peitar essa história. Quando decidi lutar
contra isso, muitas pessoas me falaram que não ia dar em nada, pois não
existe crime de internet”, afirma.
Carolina que estreou na
telinha no ano de 1993, em Sex Appeal, soma 16 novelas, além de
participações em séries e fez dois filmes. O último papel antes de
Jéssica, foi a piriguete Teodora, de Fina Estampa (2011), que pôs o
público de novo ao lado de Carolina, que havia enfrentado rejeição em
seu trabalho anterior, como a Diana de Passione (2010).
Carolina
confessa que adora estar no time das mocinhas. “Personagens como a
Teodora, vilã e periguete, são queridas pelo público. Toda mocinha, sem
dúvida, passa pelo momento de ser chamada de chata, porque é sempre
correta, às vezes correta demais. Mas é para a mocinha que a minha avó
torce e eu acho que a maioria do público, também”, afirma.
Carolina Dieckmann virou nome de lei que trata de crimes na web
Na
semana passada, o Senado Federal aprovou o projeto de lei que
criminaliza condutas na internet, como invadir computadores, roubar
senhas e arquivos. A lei, que falta ser sancionada pela presidente Dilma
Rousseff, ficou conhecida como Carolina Dieckmann, haja visto o
ocorrido com a atriz que teve 24 fotos íntimas retiradas de seu
computador pessoal e vazadas na internet.
Apesar de estar em
trâmite no Congresso Nacional uma ampla reforma do Código Penal, os
senadores alegaram urgência para o caso e aprovaram a mencionada lei.
“Hoje a gente tem uma lei, e o crime será punido, sim. O que ficou para
mim é que hoje em dia a gente pode esperar alguma coisa da Justiça”, diz
a atriz.
“Avaliamos a aprovação das leis como um momento de
amadurecimento da legislação, mas o melhor cenário para o tratamento
integral vai se dar com a aprovação do Marco Civil da Internet, ainda
sem data”, disse o secretário substituto de Assuntos Legislativos do
Ministério da Justiça, Gabriel Sampaio.