Fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann foram parar na internet em
maio deste ano, após hackers invadirem o computador dela e roubarem
fotos em que ela aparece com pouca roupa ou nua. O fato, até pela forte
repercussão na mídia, desencadeou uma ação das autoridades que culminou
na “lei Carolina Dieckmann”.
A atriz disse que chegou a ser vítima de chantagem quando teve suas
fotos roubadas. Após investigações, a polícia identificou os criminosos.
Nesta quarta-feira (31), a ação teve continuidade: foi aprovado no
Senado o projeto de lei da Câmara que altera o Código Penal para
tipificar como crime uma série de delitos como este.
O que é crime: Ações como invasão de computadores,
roubo de senhas e conteúdo de e-mails, além da comercialização do
material obtido de forma ilegal.
Pena: O texto aprovado no Senado diz que crimes
menos graves, como “invasão de dispositivo informático”, podem ser
punidos com prisão de três meses a um ano, além de multa.
Agravantes: Condutas mais danosas, como obter pela
invasão conteúdo de “comunicações eletrônicas privadas, segredos
comerciais ou industriais, informações sigilosas” podem ter pena de três
meses a dois anos de prisão, além de multa. Também agrava o quadro a
divulgação, comercialização ou transmissão a terceiros, por meio de
venda ou repasse gratuito, do material obtido com a invasão.
PLC 35/2012: A falta de consenso para aprovação do
projeto de lei no Senado teve mais a ver com forma do que com conteúdo.
Os senadores reconheciam a importância de se criar no Código Penal a
figura do crime cibernético, mas alguns parlamentares defendiam que a
mudança na lei deveria fazer parte do projeto de revisão do Código Penal
(PLS 236/2012), em análise na Casa, e não constar de uma proposta
específica. A preocupação dos membros da comissão especial que analisa a
proposta de novo Código Penal era de que, com a votação de projetos
isolados, a proposta de reforma ficasse esvaziada. O argumento para dar
aos crimes cibernéticos tratamento distinto das demais mudanças a serem
feitas no Código Penal é de que, neste caso, há grande urgência. A
população, segundo os senadores favoráveis ao projeto, não pode mais
continuar desprotegida devido a uma lacuna na legislação.