Carolina Dieckmann, 36,
é a bola da vez na série "Eu que Amo Tanto", exibida no
"Fantástico" (Globo).
No
episódio que vai ao ar nesta semana, a atriz interpreta Zezé, uma mulher que de
tanto se anular na relação, acaba aceitando passivamente tudo o que Osório
(Antonio Calloni) pede a ela, inclusive outras mulheres em sua cama.
"Agora
eu não tenho que dividir você com mais ninguém", dirá a personagem após
afogar o amado na banheira. "Somos só nós dois."
"É
tão louco você matar uma pessoa que você ama para ficar com ela", admite a
atriz. "Me veio a imagem do homem-bomba, o cara que mata um monte de gente
e se mata porque sabe que vai encontrar com Deus, que é a coisa certa a fazer,
que é o único jeito. A minha inspiração foi isso."
Morena
e sem maquiagem, Dieckmann diz que não sentiu falta desses artifícios para
gravar as cenas.
"Eu
sempre briguei com a glamorização da televisão", afirmou. "Maquiagem
é só quando é para ajudar a contar a história, que nem nudez."
A
atriz contou que não fez nenhum tipo de laboratório, só esmiuçou o texto e se
entregou às emoções que estavam descritas ali. Ela tentou assistir a uma sessão
do Mada (Mulheres que Amam Demais Anônimas), mas não obteve autorização.
"As
mulheres [que frequentam o Mada] não deixam ninguém que não vá para se expor
frequentar as reuniões", contou. "Eu comecei a admirar mais, elas não
querem nada, só que você esteja do lado delas como um espelho, como alguém que
está ali totalmente entregue."
Perguntada se na vida
real se identificava com esse problema, ela respondeu: "Com certeza já
amei demais".
"Quando
o Davi nasceu, eu não queria dormir", exemplifixou. "Fiquei tão louca
com a maternidade que não queria dormir. O médico colocava comprimido na minha
boca e falava para eu dormir e quando ele saia do quarto eu cuspia."
"Naquele
momento, eu não considerava nada, eu não via outra saída", contou.
"Depois de 14 dias, eu cedi ao sono e à tranquilidade. Só depois de muito
tempo fui perceber como eu fiquei louca e sem medida. Não tive nenhum problema,
foi só um amor que não cabia em mim e eu queria viver cada momento dele. Mas
não deixa de ser loucura, um destempero."
"Passei
por outros com meu ex-marido, com meu primeiro namorado, com a perda da
virgindade, já tive minhas loucurinhas femininas...", admitiu.
Ela
diz que o programa também pode servir como alerta para algumas mulheres que não
descobriram ainda que precisam ser ajudadas.
"Que
elas consigam se identificar, que elas consigam deixar diluir um pouco esse
sentimento ao saber que não só elas como todo mundo sofre com o mesmo coração,
cada um com seu drama, cada um com sua tragédia."
"Já
os homens vão ter noção dessa temperatura a que a gente chega. Isso é bom. Eles
podem olhar e tomar um pouco mais de cuidado. É uma oportunidade de entender
mais a fundo o universo feminino."
A
produção tem ainda a participação especial da menina Mel Maia, 10, que
interpreta Zezé quando menina, em uma cena polêmica que sugere que ela foi
vítima de pedofilia.
Dieckmann,
que ainda não sabe qual será seu próximo papel na TV, em breve embarca para o
Uruguai, onde vai gravar um filme no qual fala espanhol.